quinta-feira, 19 de julho de 2007

Relativamente ao Absoluto...


Já há algum tempo que sinto vontade de escrever sobre verdades absolutas, numa altura em que toda a gente parece optar pelo relativismo fácil como forma de se desculpar por atitudes egocêntricas e irresponsáveis. O relativismo parece ser a nova religião da moda, onde tudo é permitido e ninguém é tomado demasiadamente a sério porque “o que é verdade para ti pode não ser para mim!” Cada um tem a sua maneira de pensar e todos têm razão, pois o critério de avaliação depende de cada um, do seu passado, das suas experiências. Algo pode ser bom para mim, mas mau para outra pessoa.
Uma coisa é certa, sempre houveram e sempre haverão verdades absolutas! O preto sempre foi preto e o branco sempre foi branco. Da mesma forma o bem sempre foi bem e o mal sempre foi mal! Eu até posso gostar de fazer o mal, mas isso não o torna bem, nem sou eu quem decide o que é o quê. Se calhar devíamos perguntar ao Bin Laden o que é o bem e assim poderíamos fazer mal a muita gente!
Há pouco tempo falava com um amigo que defendia o relativismo dizendo: “Hoje em dia não existem absolutos!” Questionei-o: “Tens a certeza absoluta disso?” Como pode alguém ter a certeza absoluta de que não existem absolutos? Espero que ele já tenha chegado a uma conclusão… Falava-lhe acerca de Deus e das provas científicas (ou seja, conhecimento exacto e raciocinado de evidências que se observam, experimentam e verificam, pois é este o verdadeiro significado de ciência) da Sua existência, as provas que mostram que a Terra não tem biliões de anos, as provas de que houve realmente um dilúvio e de que o homem não vem do macaco, nem a vida evoluiu de matéria morta, ou não-viva, ao longo de milhões de anos. Enfim, a parte da ciência que não é ensinada nas escolas. Falava-lhe do plano de salvação de Deus para a humanidade e de como a Bíblia ainda hoje é prática e faz sentido. O que os profetas escreveram no Antigo Testamento e os apóstolos no Novo Testamento ainda é actual, pois a necessidade que o homem tem de Deus é real e básica. Há quem não associe essa necessidade a Deus, preferindo buscar alegria em bens materiais, mas coitado daquele cuja felicidade depende de coisas, pois o que lhe sucederá se elas um dia faltarem? “Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” – Mateus 6:21. Não é errado encontrar alegria nas coisas boas que o dinheiro pode comprar, mas nunca deveríamos confiar nelas para a felicidade. Se a nossa realização depende de posses materiais, seremos esmagados quando as perdermos. Mas se a nossa alegria é achada no Senhor, nada a pode perturbar, nem mesmo o infortúnio económico. “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide, ainda que o produto da oliveira falhe, e os campos não produzam mantimento, ainda que as ovelhas sejam exterminadas, e nos currais não haja gado, todavia em me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação.” – Habacuque 3:17-18
Muitas pessoas não conseguem encontrar Deus no seu dia-a-dia porque procuram nos lugares errados. Buscam as experiências em vez de buscarem a Deus, preferindo o transe, a meditação, yoga, as vidências, os horóscopos, as energias do Universo, etc. Nem todas as experiências “transcendentais” provém de Deus e como tal podem levar a um afastamento dele. “Não vos deixeis levar por doutrinas várias e estranhas; porque bom é que o coração se fortifique com a graça, e não com alimentos, que não trouxeram proveito algum aos que com eles se preocuparam.” – Hebreus 13:9. “(…) contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.” – Romanos 1:21. Deus quer trazê-lo a um relacionamento com Ele por saber que isso excede toda a alegria e felicidade que você pode encontrar nas coisas mundanas. Ele quer que sintamos a Sua presença, porém Ele está mais interessado em que confiemos nele. Fé, e não sentimentos, agrada a Deus.
Veja o caso de Job, em um único dia ele perdeu tudo: família, negócios, saúde e tudo o que possuía. E, o que é pior, ao longo de 37 capítulos do livro de Job, Deus não disse nada!
Como louvar a Deus quando não compreendemos o que está acontecendo na nossa vida e quando Ele está em silêncio? Como permanecer em comunhão durante uma crise e sem nenhum contacto? Como manter os olhos em Jesus quando ele estão cheios de lágrimas? Fazendo o que Job fez: “Então prostrou-se, rosto em terra, em adoração, e disse: Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor.” – Job 1:20-21.
Diga a Deus exactamente como se sente! Derrame o seu coração perante Ele. Descarregue todos os seus sentimentos. Job fez isso quando disse: “Por isso não me calo; na aflição do meu espírito desabafarei, na amargura da minha alma farei as minhas queixas.” – Job 7:11.
Sabia que admitir a Deus o seu desespero pode ser uma declaração de fé? Confiando em Deus e sentindo desespero ao mesmo tempo, o rei David escreveu: “Eu cri, ainda que tenha dito: Estou muito aflito.” – Salmos 116:10.
Concentre-se em quem Deus é, na Sua natureza imutável. O homem muda, é inconstante, mas Deus permanece o mesmo. Independentemente das circunstâncias e de como se sente, apegue-se ao carácter imutável de Deus. Lembre-se daquilo que é eternamente verdadeiro a respeito d’Ele: Ele é bom, Ele me ama, Ele está comigo, Ele sabe por que circunstâncias estou a passar, Ele importa-se comigo e tem um plano bom para a minha vida.
Confie que Deus cumprirá as promessas, pois “(…) a palavra do Senhor
permanece para sempre. (…)” - 1Pedro 1:25. Em tempos de seca espiritual, confie pacientemente nas promessas de Deus e não nas emoções. Aperceba-se de que Ele o está levando a um nível mais profundo de maturidade. Uma amizade baseada em emoções é, na verdade, frívola. Não fique demasiado preocupado com os problemas. As circunstâncias não podem mudar o carácter de Deus. A graça de Deus ainda está em plena força; Ele ainda é a seu favor, mesmo que não o sinta. Na ausência de circunstâncias confirmativas, Job apegou-se à Palavra de Deus: “Não me afastei dos mandamentos dos seus lábios; dei mais valor às palavras de sua boca do que ao pão de cada dia.” – Job 23:12.
Lembre-se do que Deus já fez por si. Aquilo a que nós chamamos “sorte” e “coincidências”, será que é esse o nome correcto para lhes dar? Ou deveríamos chamar-lhes “graças” e “bênçãos”? Mesmo que Deus não tivesse feito mais nada por si, Ele ainda mereceria o seu louvor durante o resto da sua vida, por causa do que Jesus fez, por si , na cruz. O Filho de Deus morreu por nós! Este é o maior de todos os motivos para O adorar. Jesus morreu para que cada um de nós pudesse viver para sempre. Foi este o plano de Deus na criação, quebrado pelo homem e restaurado novamente por Deus. Somente isto já vale o nosso agradecimento e louvor contínuo. Nunca mais deveríamos perguntar por que motivo devemos estar gratos!
Que Deus o abençoe.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Até já Nani... (5 de Julho de 2007)

“Nani” foi o nome que lhe dei em criança por não saber dizer “tia Juvenália”, e ficou Nani desde então. Eu e a Nani éramos muito amigos, mas também tínhamos as nossas birras e ela deixava de me falar. Foi com ela que aprendi a expressão: “Não te passo mais cartão!” Mas dizia-o a brincar e logo fazíamos as pazes.
A Nani não teve filhos e os sobrinhos mais novos tornaram-se o seu passatempo preferido. Recordo vagamente os fins-de-semana nos Biscoitos, na tenda que o padrinho Eduardo levava na caravana. Foge-me à memória o dia em que ele morreu, mas lembro-me de ver as senhoras da família reunidas a chorar por qualquer motivo e associei a isso. Tinha então cerca de 2 ou 3 anos.
Ainda me lembro quando ela “escrevia” letras nas minhas costas com a farpa com que fazia renda, para eu tentar adivinhar e as horas que passámos entretidos com as cartas do jogo dos cães. Foi na altura em que ela foi viver para casa dos meus avós e nós íamos lá muito ao serão.
A Nani era para mim a coruja da família, no que tocava a sabedoria, experiência e bons conselhos. Não que eu precisasse deles (ou assim o pensava), mas quando mais ninguém podia socorrer, ela tinha sempre a resposta certa.
Era uma dama de ferro, apesar de ter alguma ferrugem nas pernas, que foram sempre o seu ponto fraco. Mas a Nani tinha um sorriso muito bonito e um ar materno muito acolhedor. Todas as crianças da família gostavam dela.
Falo dela no passado porque a Nani faleceu hoje no hospital, onde estava internada há algumas semanas. Não a fui ver, na esperança dela voltar para casa. Não queria que a última recordação dela em vida fosse numa cama do hospital, tal como aconteceu há sete anos com a minha mãe. Mas foi o que aconteceu mal recebi a notícia e lá estava ela, muito diferente da última vez em que a vira, ainda na sua casa. Muito magra e ligeiramente desfigurada, porque não comia quase nada, e com um ar tão frágil que metia dó. E era para ter alta hoje ou amanhã!!!
Para onde foi a minha Nani? Algumas pessoas choram por pensar que é o fim ou porque está tudo acabado. Mas eu acho que sei onde ela está… “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” – Romanos 8:38 - 39 *
Tenho a convicção de que ela está com o Pai. Não digo isto por me julgar mais sabichão ou por acreditar que no fim Deus vai ter misericórdia e ninguém vai para o Inferno (a questão é que nós já estamos por natureza destinados ao Inferno e Deus quer tirar-nos de lá. Cabe a cada um de nós aceitar o resgate que Jesus pagou pela nossa vida.), mas tenho quase a certeza de que ela entregou a sua vida a Jesus, algures no seu percurso. Lembro-me da minha mãe lhe ter falado de Deus e do plano de salvação que Ele tem para nós e de lhe ter ensinado a orar. É por esse motivo que a tristeza que hoje sinto por não a voltar a ver (antes do regresso de Jesus), é sobremaneira pequena quando comparada com a alegria que tenho por saber que a Nani está com Deus. O corpo que estivemos hoje a velar já não é a tia, mas o revestimento carnal com que ela veio ao mundo. O espírito dela, a sua essência, o que a tornava Nani, já partiu para o Pai, até ao dia em que nos voltaremos a ver.
“Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? e com que qualidade de corpo vêm? Insensato! o que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como o de trigo, ou o de outra qualquer semente. Mas Deus lhe dá um corpo como lhe aprouve, e a cada uma das sementes um corpo próprio.
Nem toda carne é uma mesma carne; mas uma é a carne dos homens, outra a carne dos animais, outra a das aves e outra a dos peixes. Também há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres. Uma é a glória do sol, outra a glória da lua e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela. Assim também é a ressurreição, é ressuscitado em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, é ressuscitado em glória. Semeia-se em fraqueza, é ressuscitado em poder. Semeia-se corpo animal, é ressuscitado corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual.” – 1 Coríntios 15:35 - 44
Que a morte dela possa servir para repensarmos o modo frágil com que chegamos e deixamos este mundo e decidirmos para onde vamos após a nossa partida, “(…) Pois a trombeta soará, e os mortos ressurgirão incorruptíveis, e nós seremos transformados. (…) E, quando isto que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó morte, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é em vão.” – 1 Coríntios 15:52; 54 - 58
* (A única coisa que nos pode separar de amor de Deus somos nós, ao rejeitá-lo!)

quinta-feira, 5 de julho de 2007

17 Séculos de Limbo... ou da falta dele!

Imagem retirada de www.strangeharvest.com


- Extracto do texto original em “Wikipédia, a enciclopédia livre”.

“O Limbo, em algumas seitas cristãs, é o lugar para onde vão as almas que, sem terem cometido pecados mortais, estão para sempre privadas da presença de Deus, pois seu pecado original não foi submetido à remissão através do baptismo. (…) A figura do limbo foi criada por São Gregório no século IV (…) com o fim de resolver o problema teológico das crianças que morriam sem ter sido baptizadas e que, segundo a doutrina anteriormente vigente, eram enviadas ao Inferno. (…) Em 2005, o papa Bento XVI convocou cerca de trinta teólogos para que fosse feita uma espécie de "reengenharia celestial" e revisar o conceito do limbo na teologia católica. Finalmente, em Abril de 2007, a Comissão Teológica Internacional, (…) emitiu um documento afirmando que o limbo não passaria de uma hipótese e que nunca foi um dogma(…). O papa Bento XVI confirmou o documento e assegurou que as almas que não tiverem cometido pecados graves vão para o céu, mesmo que não tenham sido baptizadas.” (…)

Algumas considerações:

Deus nunca fez distinção entre pecados. O próprio Jesus disse: “Em verdade, (…) vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.” Paulo, na sua carta aos Romanos (3:23-25) escreve: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue, para demonstração da justiça por ter ele na sua paciência, deixado de lado os delitos outrora cometidos;”. Romanos 5:12-13: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram. Porque antes da lei já estava o pecado no mundo, mas onde não há lei o pecado não é levado em conta.”
Todo o capítulo 6 de Romanos fala sobre o pecado e as suas consequências. Toda a Bíblia fala sobre o pecado. Começou logo em Génesis e teve consequências universais. A Bíblia nunca fala sobre um Limbo, daí a conclusão lógica da sua não existência. Não é o homem quem decide o que há ou não depois da morte, ou o que existe ou não no mundo espiritual. Podemos acreditar no que quisermos, mas a Verdade é só uma. Em caso de dúvida (seja qual for o assunto) podemos sempre procurar uma resposta na Bíblia. Ela tem resposta para tudo!
Se o limbo não existe, então e o baptismo? Deve-se ou não baptizar todas as pessoas? Se calhar é melhor primeiro definir o que é o baptismo. A salvação vem pela crença em Jesus Cristo, logo a condenação vem pela não crença. O baptismo é um símbolo, ordenado por Deus, de uma transformação que já aconteceu na pessoa que crê em Jesus. É um complemento de uma acção já ocorrida. A pessoa crê e só depois é baptizada! E para ser baptizada basta acreditar em Jesus, não é necessário qualquer tipo de preparação ou ritual. Não podemos julgar se alguém está ou não pronto para tomar essa decisão. Isso é entre cada um e Deus. Temos um excelente exemplo em Actos 8:35-38: “Então Filipe tomou a palavra e, começando por esta escritura, anunciou-lhe a Jesus. E indo eles caminhando, chegaram a um lugar onde havia água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja baptizado? [E disse Filipe: é lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.] Mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e Filipe o baptizou.”
Em Marcos 16:16 lemos: “Quem crer e for baptizado será salvo (…)” Em 18:8: “(…) e muitos dos coríntios, ouvindo, criam e eram baptizados.” Mateus 3:6 diz: “e eram baptizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.”
Várias vezes os evangelhos falam no “baptismo de arrependimento” (Marcos 1:4; Lucas 3:3; Actos 13:24, 19:14). Primeiro há o arrependimento e depois o baptismo. O baptismo é um acto consciente, mas não salva. Uma pessoa que seja baptizada, mas não creia em Cristo, não é salva. A salvação vem pela fé, não pelas obras. Efésios 2:8-9: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie.”
Então e os bebés que morrem sem serem baptizados? E as pessoas que nunca ouviram falar de Jesus? Vão para o Inferno? A Bíblia explica que Deus irá julgar cada pessoa justamente, segundo as oportunidades que ela teve de aprender e ouvir sobre Ele, mas não levará em conta o tempo da ignorância. “Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também morrerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados.” – Romanos 2:12. Deus vai ter menos rigor a julgar uma pessoa que nunca ouviu o nome de Jesus do que aquela que tem uma Bíblia a enfeitar a sala, mas nunca a leu. Ou a que vive num país em que o Cristianismo está presente, mas nunca se interessou em conhecer (leia Mateus 11:21-24). A própria natureza proclama a glória de Deus! “Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” – Romanos 1:20-22.
Todos os dias temos imensas oportunidades de conhecer a Deus e reconhecer o Seu poder, mas tal como pérolas atiradas a porcos, teimamos em desperdiçá-las. Não perca mais um dia de relacionamento com Deus.
Que Ele o abençoe.

Como Falar (Orar) a Deus?

Imagem retirada de: http://www.klisia.net/blog/uploaded_images/


A oração é o nosso meio de ligação directa a Deus, sem intermediários. É um acesso vertical entre a criação e o Criador. Mas como fazê-lo? Muitas pessoas têm dúvidas em como orar, confundido frequentemente oração com reza.
Jesus ensinava: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto. E teu Pai, que vê secretamente, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis a eles, pois vosso Pai sabe do que necessitais, antes de Lho pedirdes.” – Mateus 6:6-8
Só neste versículo aprendemos várias coisas. Primeiro, que devemos orar à porta fechada, no nosso íntimo. Não em locais públicos para sermos vistos e pensarem que somos pessoas muito religiosas. Segundo, devemos orar ou falar (confessar) com Deus Pai, não a santos ou outras entidades ou pessoas. Terceiro, Deus vê-nos e ouve-nos e nos recompensará, tanto pela nossa fé como pela nossa entrega e dependência n’Ele. Daí a necessidade de sermos sinceros com Ele. Quarto, não usar rezas repetidas, sem sentido, como se pelo nosso muito falar Deus nos ouvisse. Não repetir sempre o mesmo. Se você falar com um amigo e lhe disser sempre a mesma coisa ele acaba por se fartar e não prezar a sua companhia. Quinto, Deus sabe o que necessitamos, mesmo antes de lho pedirmos, pois Ele é omnipresente e omnisciente, por isso mais vale irmos directos ao assunto.
Para Deus o perdão dos pecados vem do arrependimento e sincero pedido de perdão a Ele. Não através de rezas repetidas. Segundo Jesus estas repetições são inúteis perante Deus. O próprio Pai-Nosso é um exemplo de oração que Jesus nos deixou. Ele não orava sempre o Pai-Nosso quando queria falar com o Pai. Até porque tudo o que se torna repetitivo perde o sentido.
Jesus, quando queria orar, retirava-se para um local sossegado e falava directamente com o Pai. Vemos isso várias vezes nos evangelhos. Só temos de seguir o exemplo e confessarmo-nos a Deus, pois é Ele quem perdoa, mais ninguém tem esse poder, pois somos todos pecadores. Basta falarmos com Ele como falamos com um amigo. Não são necessárias fórmulas mágicas ou rezas repetidas, daí a necessidade de termos um relacionamento com Ele. O que Lhe dirá mais do meu arrependimento, rezar 20 Pai-Nossos por obrigação ou simplesmente falar com Deus, com um coração aberto e arrependido? Se o sentir de verdade basta dizer: “Pai, reconheço que sou pecador, sei que tenho pecado contra Ti, mas peço que me perdoes. Agradeço e aceito o sacrifício que Jesus fez na cruz para a minha salvação. Peço que transformes a minha vida e ajuda-me a ser um filho Teu. Em nome de Jesus, amén.” Isto não é uma reza, é apenas um exemplo de oração. Fale com Deus espontaneamente, Ele ouve. Fale dos seus problemas, aflições, derrotas, mas também das alegrias e vitórias. Não se lembre de Deus só quando as coisas correm mal e não o culpe pelo que não vai bem na sua vida. Faça uma introspecção, pense um pouco no seu passado e decerto encontrará uma causa para os seus problemas. Algures no caminho você fez uma opção que lhe levou a esse problema. Todos os efeitos têm uma causa.
Quando você busca o propósito de Deus para a sua vida, isso não é uma garantia de que os problemas desaparecerão, mas uma certeza de que, mesmo com problemas, você tem paz e alegria, e mais importante, você está no caminho certo.
Em Isaías 55:7-12 Deus diz:
“Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos; volte-se ao Senhor, que se compadecerá dele; (…) Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos. Porque, assim como a chuva e a neve descem dos céus e (…) regam a terra, e a fazem produzir e brotar, para que dê semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei. Pois com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cânticos diante de vós (…)”
Por vezes, para chegarmos ao nosso destino temos de passar por estradas em más condições, mas sabemos que estamos no caminho certo. O nosso foco deve ser o alvo, e não o meio pelo qual o atingimos. Por vezes Deus usa circunstâncias adversas para nos ensinar e para nos levar ao alvo, mas temos a confiança de que é para o nosso bem.
“E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” – Romanos 8:28
E busca-se esse propósito orando, estudando a Sua palavra e tendo comunhão com outros crentes no Senhor Jesus, partilhando experiências.
Deus responde, Ele trabalha na sua vida e isso é visível, não é uma alucinação. Ele está sempre presente.
Certa vez uma pessoa escreveu um poema ilustrando a sua vida com Deus como uma caminhada pela praia. A determinada altura ela parou e olhou para trás. Viu duas filas de pegadas na areia, mas nos momentos maus apenas uma. Perguntou a Deus: “Porque me abandonaste nos maus momentos?” Deus respondeu: “A fila de pegadas que vês nos momentos maus foi quando Eu te levei ao colo.”
Que Deus o abençoe.

Em Louvor do Divino... Espírito Santo?!


Fiquei horrorizado quando, há algumas semanas, assisti pela primeira vez aos preparativos e realização de uma coroação. Esse meu horror deveu-se à má formação das pessoas que participaram no acto e que lhes foi incutida por quem lhes passou esta tradição, que de cristã tem muito pouco.
É notória a falta de conhecimento por parte dos jovens, mas também dos mais velhos. Abrange todas as idades!
Meus caros, isto até poderá chocar alguém, mas o Espírito Santo não é uma coroa e o “menino” Jesus não é a pombinha no ceptro!!! Nem tão pouco são esses os seus símbolos. O próprio Deus ordenou no segundo dos Dez Mandamentos: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás…” Êxodo 20:4,5 (versão João Ferreira de Almeida, traduzida dos manuscritos ainda existentes).
Deus avisa que as imagens preciosas fabricadas pelos homens não valem nada e que os artistas que as fazem, para proveito próprio as fazem e, também, que as fazem para confusão dos seus devotos. Isaías diz:
“Quem é que fabrica um deus ou faz uma imagem se não é para tirar algum proveito? Todos os devotos ficarão confundidos, pois os artistas que os fabricam não passam de homens.” Isaías 44:10, 11 Ler até ao versículo 19
Deus diz que quaisquer imagens que os homens façam são meros objectos que os homens fabricam e que aqueles que as fazem e crêem nelas se tornam semelhantes a elas:
“Os ídolos deles são de prata e ouro, obra das mãos do homem. Têm boca, mas não falam; Têm olhos, mas não vêem; Têm ouvidos, mas não ouvem; Têm nariz, mas não cheiram; Têm mãos, mas não apalpam; E pés, mas não andam; Nem som algum sai da sua garganta. Semelhantes a eles sejam os que fazem, e todos os que neles confiam.” Salmos 115:4-8
Deus disse que uma imagem é uma abominação ao Senhor e o homem que a faz e a põe em sua casa será maldito. O povo de Israel, ao entrar na Terra prometida, tinha de pronunciar em alta voz:
“Maldito o homem que fizer imagem esculpida, ou fundida, abominação ao Senhor, obra da mão do artífice, e a puser em um lugar escondido.” Deuteronômio 27:15
Por meio do profeta Jeremias, Deus diz:
“… pois os costumes dos povos são vaidade; corta-se do bosque um madeiro e se lavra com machado pelas mãos do artífice. Com prata e com ouro o enfeitam, com pregos e com martelos o firmam, para que não se mova. São como o espantalho num pepinal, e não podem falar; necessitam de quem os leve, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer o mal, nem tampouco têm poder de fazer o bem.” Jeremias 10:3-5
Falando sobre ídolos e altares, logo após ter dado os Dez Mandamentos, a Bíblia diz: “Então disse o Senhor a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: Vistes que do céu eu vos falei. Não fareis outros deuses ao lado de mim; deuses de prata ou deuses de ouro não fareis para vós. Um altar de terra me farás, e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos…” (hoje já não são necessários devido ao sacrifício de Jesus, derramando o Seu sangue por nós). “Se me levantares um altar de pedras, não o farás de pedras lavradas, pois se sobre ele manejares a tua ferramenta, profaná-lo-ás.” Êxodo 20:22-25
Amados, Deus não gosta nem tolera a idolatria, o culto e devoção das imagens feitas pelas nossas mãos. No evangelho de João, capítulo 4, versículos 23 e 24, Jesus diz: “Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, pois o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” Palavras do próprio Deus encarnado!
Vejo por toda a ilha uma devoção à coroa e às imagens, principalmente as das “Nossas Senhoras” que me preocupa. São feitas promessas de peregrinações, quer a Fátima, quer a outros locais “tradicionais”, por vezes fazendo-se sacrifícios quase desumanos. Reza-se a santos, que também foram homens pecadores, para intercederem por nós a Deus, reza-se o terço, matam-se animais e oferecem-se almoços como forma de agradar a Deus. Deus não quer nada disso, Ele apenas quer que tenhamos um relacionamento com Ele. Foi para isso que nos criou, para sermos criaturas dele.
Paulo escreveu na sua primeira carta a Timóteo: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus…”.
Nestes dias tenho visto e ouvido de tudo, desde: “Vamos ter o Senhor Espírito Santo em casa”, “a coroa do Senhor Espírito Santo…”, “Posso beijar o Senhor Espírito Santo?” (referindo-se à coroa), “Dá um beijinho no Jesus” (referindo-se ao ceptro), “Cuidado com o Jesus, não o deixes cair” (também referindo o ceptro e a coroa). Estou chocado… E creio sinceramente que o Espírito Santo também!
Tal como o nome indica o Espírito Santo é um espírito, logo não está confinado a um lugar. Não é um fantasma, como alguns poderão pensar, mas é o Espírito de Deus. Algumas religiões afirmam tratar-se de uma “força ou energia”. Nada disso, a Bíblia ensina-nos que o Espírito Santo é uma pessoa. Jesus nunca chamou o Espírito Santo de “isto”, mas “Ele”, porque “Ele” não é uma força ou uma coisa, mas uma pessoa. Lemos na Bíblia que o Espírito Santo tem intelecto, emoções e vontade. Além disso vemos também que ele faz coisas que uma força ou coisa não poderiam fazer. Apenas farei referência aos textos onde se encontram alguns exemplos e desafio-o a ler e a descobrir por si próprio:
Ele fala (Apocalipse 2:7, Actos 13:2); Ele intercede (Romanos 8:26); Ele testifica (João 15:26); Ele guia (Actos 8:29, Romanos 8:14); Ele ordena (Actos 16:6,7); Ele conduz (João 16:13); Ele nomeia (Actos 20:28); Pode-se mentir a Ele (Actos 5:3,4 ); Pode-se insultá-lo (Hebreus 10:29); Pode-se blasfemar contra Ele (Mateus 12:31,32 – Cuidado!); Pode-se entristecê-lo (Efésios 4:30).
O Espírito Santo é uma Pessoa Divina, Ele é Deus:
Ele é eterno (Hebreus 9:14); Ele é todo-poderoso (Lucas 1:35); Ele é omnipresente (está em todo o lugar ao mesmo tempo) (Salmo 139:7); Ele é omnisciente (sabe tudo) (1 Coríntios 2:10,11); Ele é chamado Deus (Actos 5:3,4; 2 Coríntios 3:18); Ele é o Criador (Génesis 1:1,2; Colossenses 1:16,17).
Deus criou-nos com um propósito, para o amarmos como Ele nos ama, para vivermos para Ele, para lhe entregarmos a nossa vida, tal como Ele entregou a Sua quando morreu por nós na cruz. Não apenas ao Domingo, mas todos os dias, e quão difícil isso é. Esse é o “sacrifício” que Deus quer que nós façamos, “sacrifício vivo e agradável ao Senhor”. Leia a sua Bíblia. Tire-a da prateleira empoeirada e leia. Esse é o manual de instruções que Deus nos deu. Acredite que vale a pena! Comece pelo Novo Testamento se preferir, verá as maravilhas que Deus fez e faz por si, muitas delas nem as reconhecemos como sendo obra das Suas mãos. Atribuímo-las à sorte, ao destino (muito português) e até a coincidências. Para Deus não existem coincidências, Ele tem o mundo nas Suas mãos. Ele tem um propósito muito concreto para a sua vida e deixou-lhe um livro fantástico para você descobrir esse plano e pô-lo em prática. Ele também o revela como resposta às suas orações. Peça-Lhe essa revelação e entregue a sua vida nas mãos do Senhor Jesus. Ele, e só Ele é o mediador entre Deus e os homens e é o ÚNICO redentor. Isso é um facto indiscutível. Verá na Bíblia muitas profecias que já se cumpriram e outras que se estão a cumprir nos nossos dias. É uma prova da sua veracidade.
Que Deus o abençoe. A decisão é sua, abra-Lhe o seu coração. Verá maravilhas na sua vida. Não será o fim dos problemas, mas terá uma alegria como nunca experimentou. Falo por experiência própria. Bem hajam.